O dia 13 de maio é conhecido no Brasil como o Dia da Abolição da Escravidão em razão da assinatura da Lei Áurea em 1888. Porém, estudos históricos consideram essa data como um símbolo elitista, uma vez, mesmo após a assinatura, os negros continuaram a serem marginalizados por grande parte da sociedade e até hoje sofrem com esteriótipos e preconceitos.
134 anos se passaram e a sociedade ainda desrespeita a cidadania e o direito à vida do povo preto. Ainda que a chamada "abolição da escravatura" tenha ocorrido, o modelo de segurança pública do Brasil ainda criminaliza e mata negros e negras diariamente.
São eles os mais atingidos pela violência. Só em 2021, eles representaram 78% das pessoas mortas por armas de fogo no Brasil, de acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). No caso das mulheres negras, elas são as mais atingidas pelo número de feminicídio, representando um percentual de 61% em relação ao total das vítimas do ano passado.
O que deve ser comemorado nesta importante data para a elite política e econômica do país? A resposta é incerta, visto que o ideal de liberdade que o povo preto almeja, na verdade, nunca foi alcançado.
O Sintero, em concordância com os movimentos sociais negros, defende que esta data seja utilizada para promover o debate sobre racismo e a discriminação estrutural no Brasil, que tira oportunidades iguais para negros e negras no meio social e que transformam eles nas principais vítimas de violência.
Lembrando que a violência contra os negros é multifacetada. Desigualdade de oportunidade, discriminação, a invisibilidade cultural, a hiperssexualização, a discriminação religiosa são violência tanto quanto a física, que ceifa milhares de Vidas anualmente.