Neste 15 de outubro os professores recebem muitas homenagens pela passagem do seu dia, mas o que a categoria precisa é de valorização profissional, salário justo, formação continuada, condições de trabalho e respeito. Essa é a opinião da diretoria do Sintero, que se dedica diariamente à luta em defesa dos profissionais da educação.
O presidente do Sintero, Manoel Rodrigues da Silva, disse que as homenagens são bem vindas, especialmente aquelas que têm origem na sinceridade de quem acredita na importância da profissão do professor.
Segundo a diretoria do Sintero, os profissionais da educação, embora integrem a maior categoria entre os servidores públicos estaduais (55% dos servidores), possuem os menores salários do Poder Executivo, isso quando os vencimentos são comparados com outros servidores com o mesmo nível de escolaridade. “Só essa disparidade já demonstra a falta de valorização aos profissionais da educação”, disse Manoel Rodrigues da Silva.
O presidente do Sintero disse que o Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado pela presidenta Dilma Rousseff, contém as metas de garantir a formação continuada e pós-graduação aos professores, equiparar o salário ao dos demais profissionais com a mesma escolaridade e garantir plano de carreira. “Infelizmente muitas administrações públicas estaduais e municipais ainda estão agindo na contramão do que diz a lei do PNE, querendo aumentar o número de alunos nas salas e freando a recuperação de perdas salariais”, completou.
Outro problema que vem crescendo assustadoramente na categoria dos professores é o índice de doenças da profissão.
A CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, à qual o Sintero é filiado, divulgou uma pesquisa feita em três estados (Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e no Distrito Federal,mostrou a gravidade do problema. No Distrito Federal e em Santa Catarina a Secretaria de Educação é o órgão com maior percentual de servidores públicos afastados por doenças. O Distrito Federal lidera o índice com 58% dos profissionais afastados por motivo de doença pelo menos uma vez no ano. Em Santa Catarina são 25%. No Rio Grande do Sul, a educação aparece como a área com o terceiro maior índice de afastamento entre as secretarias do estado, 30%.
A pesquisa foi feita pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad) entre 2011 e 2012 e divulgada no ano passado.
Outra pesquisa, citada na revista da CNTE “Trabalho Docente na Educação Básica no Brasil”, edição de 2012, revela que as principais causas de afastamento de docentes são processos inflamatórios das vias respiratórias (17,4%), depressão, ansiedade, nervosismo, síndrome do pânico (14,3%) e estresse (11,7%). Foram entrevistados 8.900 professores em Minas Gerais, no Espírito Santo, em Goiás, no Paraná, em Santa Catarina, no Rio Grande do Norte e Pará.
Em Rondônia o crescimento de pedidos de afastamento de professores por problemas de saúde virou pauta obrigatória em todas as reuniões da diretoria do Sintero com a Seduc. A própria secretária de Estado da Educação já revelou que o governo enfrenta grande dificuldade para substituir esses professores.
Algumas das causas identificadas são o excesso de estudantes em sala de aula, a violência nas escolas e a falta de tempo para planejar aulas e corrigir provas, o que faz com que os profissionais ocupem o tempo livre e os finais de semana com trabalho. Essa situação leva a transtornos mentais e comportamentais, como depressão, ataques de ansiedade, fobias e distúrbios do sono.
Fonte: Assessoria