A Secretaria Estadual da Mulher Trabalhadora realizou reunião do coletivo de mulheres da CUT RO nesta quarta-feira (27/02) na Regional Rio Machado, Ji-Paraná. O evento teve como pauta: Feminicídio; Preparações para o 8 de Março; Marcha das Margaridas e encaminhamentos.
Participaram cerca de 30 mulheres dos ramos educação Estadual e Municipal, rural e indígenas.
Na mesa de abertura, tivemos a participação das secretárias da CUT RO, Rosenilda Ferreira de Souza (Secretaria da Mulher Trabalhadora), Dioneida Castoldi, (Secretaria de Políticas Sociais), Marileth Soares Deniz (Secretaria de Combate ao Racismo), secretária de Mulheres do PT, Maria Aparecida Andrade, professora Dra Josélia Gomes Neves, da Unir Campus Ji Paraná e a secretária de mulheres da Fetagro, Izabel Soares Lopes Oliveira.
Na oportunidade, todas as convidadas deram boas-vindas e fizeram um breve pronunciamento sobre os temas da pauta.
A reunião foi conduzida pela Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RO, que durante o seu discurso salientou sobre a necessidade de se fazer enfrentamentos em favor dos direitos das mulheres. “Através das lutas pelos direitos civis, políticos e sociais das mulheres conseguimos muitos avanços, porém ainda há um longo caminho a percorrer em busca de melhores condições e de igualdade de gêneros”, disse Rosenilda Ferreira de Souza.
Outro ponto citado por Rosenilda Ferreira, foi em relação a tripla jornada de trabalho desenvolvida pelas mulheres. “Trabalhamos, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana devido a tripla jornada, que inclui tarefas domésticas, trabalho remunerado e educação dos nossos filhos. Além disso, possuímos uma taxa de escolaridade também maior que os homens, entretanto nossos salários ainda são inferiores, mesmo desempenhando as mesmas funções. Desta forma, fica claro que a nossa luta deve continuar até que essa triste realidade mude”.
Dando continuidade ao evento, a professora Doutora, Josélia Gomes Neves ministrou uma palestra sobre o grande fluxo de informação que corre através da mídia e que acaba determinando a quantidade e qualidade do conteúdo consumido pela sociedade diariamente. Josélia criticou esse processo de informação, e orientou as mulheres a fazerem apenas buscas de notícias que realmente tenham relevância a sua vida.
A palestrante também abordou sobre o feminicídio, prática que se refere ao assassinato de mulheres e meninas por questões de gênero, ou seja, em função da discriminação à condição feminina.
Sobre o feminicídio, o site G1 mostrou um estudo, levando em consideração os dados oficiais dos estados relativos a 2017, apontando que doze mulheres são assassinadas diariamente no Brasil.
O estudo apresenta grande preocupação, uma vez que, mesmo após a criação da Lei nº13.104, de 9 de março de 2015, prevê penalidades mais graves aos crimes de feminicídio, o número de casos é alarmante.
Durante a palestra, também foi relembrado a polêmica envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, em 2013, quando ele insultou a deputada federal Maria do Rosário com a frase ‘só não te estupro porque você não merece’. Esse comportamento causou, e ainda causa, várias críticas e preocupações com relação a postura machista que o presidente apresenta.
Também foram temas da palestra a desconstrução do padrão feminino, o grande número de mulheres nas universidades, o tabu do prazer sexual das mulheres, a dependência emocional, poucas mulheres em cargo de comando, o poder patriarcal na vida das mulheres, a igualdade de gênero, entre outros.
A secretária de mulheres da Fetagro Izabel Soares, prestou esclarecimentos a respeito da marcha das margaridas, manifestação realizada por pelas trabalhadoras rurais do Brasil, que tem o objetivo de dar visibilidade, reconhecimento social, político e cidadania plena as mulheres, finalizou fazendo um chamamento para que todas se envolvam e participem da Marcha das Margaridas Nacional que acontecerá em agosto, em Brasília.
Finalizando o evento foram socializados e aprovados os encaminhamentos elencados durante o evento.