Uma delegação composta por trabalhadores em educação eleitos em assembleias em todo o Estado representa toda a categoria no 32º Congresso Nacional da CNTE, que começou nesta quinta-feira, dia 16/01, em Brasília.
Ao todo participam do evento aproximadamente 2.500 trabalhadores das cinco regiões do Brasil.
Educação, desenvolvimento e inclusão social são os principais temas de discussão do evento, que atraiu também delegações de 20 países.
“Somos uma categoria que não desiste nunca de buscar o melhor para a nossa educação. Vamos paralisar esse país para dizer que não concordamos com o reajuste de 8,32% do Piso dado pelo governo”, afirmou o presidente da Confederação, Roberto Leão.
O presidente do Sintero, Manoel Rodrigues, que já estava em Brasília para intensificar a luta pela transposição, liderou a delegação rondoniense. Em contato com a direção da CNTE, ele fez um relato das dificuldades enfrentadas pela categoria em Rondônia, e expôs como o Sintero vem lutando para superar essas dificuldades.
Manoel Rodrigues é um dos líderes nacionais na luta em defesa dos trabalhadores em educação, principalmente dos Técnicos Administrativos, pois já foi coordenador nacional do DEFE – Departamento de Funcionários de Escolas, órgão criado na direção da CNTE.
A trajetória da CNTE na luta pelos trabalhadores da educação foi citada em vários discursos na cerimônia de abertura do Congresso.
O Golpe Militar, que em 2014 completa 50 anos, também foi lembrado pelo presidente da CNTE, que lançou uma nova luta. “Faremos campanha permanente para que sejam trocados os nomes das escolas públicas batizadas com nomes de autoridades militares da Ditadura”, revelou.
A aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) foi apontado pelos 13 integrantes da mesa de abertura como decisiva para o avanço do ensino no Brasil. O presidente da Federação dos Sindicatos de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), Eduardo Rolim, lamentou a dificuldade para o avanço desse projeto no Senado. “Cada Congresso realizado pela CNTE é um divisor de águas para evolução de vários temas. E a CNTE é um dos principais motores para que o PNE seja aprovado”, disse.
Francisco das Chagas Fernandes, coordenador do Forum Nacional da Educação e da Conae 2014, e representante do Ministro da Educação no evento, concorda. Para ele, uma gestão democrática do PNE deve ser feita em torno de uma discussão sobre o Sistema Nacional de Educação (SNE), “para que União, Estados e Municípios sejam mais articulados”.
Para o representante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luiz Dulci, a CNTE foi decisiva para as grandes conquistas obtidas no Brasil. “Nessa 32ª edição do Congresso, a CNTE consegue, mais uma vez, unir os divergentes, para melhor enfrentar os antagônicos e a direita brasileira”.
A presidente em exercício da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro, revelou sua admiração pelo comprometimento dos trabalhadores em educação na luta pela transformação do país. “São as pessoas que mudam mundo. Mas é importante que todos tenham capacidade crítica e não perder o discernimento político”.
Muito além da educação
A força política conquistada pela CNTE ao longo do tempo foi, para Juçara Dutra, vice-presidente mundial da Internacional da Educação para a América Latina, capaz de mudar a agenda do país temas diversos, que vão além da educação. “Essa categoria aqui reunida já mudou a pauta do FMI. Nós já sepultamos, em 2005, a ideia da ALCA (Aliança de Livre Comércio das Américas)”, relembrou Juçara. “Temos uma nova agenda pela frente. Devemos também, cada vez mais, discutir o feminismo, o ecologismo e o multiculturalismo”.
Homenagens
Após a fala dos convidados, a CNTE realizou homenagens aos educadores que vêm enfrentando o desafio de construir uma educação pública de qualidade, inclusiva e socialmente referenciada. Veja a lista dos profissionais que receberam as placas de homenagem:
Ana Lúcia Vieira, deputada estadual (PT-SE);
João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT;
Maria do Livramento, diretora do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar
Maria Alba Correia da Silva, coordenadora do Núcleo de Aposentados da Universidade Federal de Alagoas.
Fonte: Assessoria