No mês da mulher, o SINTERO preparou essa reportagem que traz à luz o impacto desproporcional sobre as Mulheres quando se fala de Saúde Mental, com um recorte voltado para o período pandêmico e pós pandêmico. Enquanto política sindical do SINTERO, assim, na composição da Executiva temos a Secretaria de Gênero e Etnia para atender demandas relacionadas a essas lutas.
A desproporcionalidade da saúde mental
O sofrimento psíquico é uma experiência compartilhada por todos e todas, mas a pandemia da Covid-19 evidenciou que os impactos não são uniformes. Em uma análise mais profunda da saúde mental, é crucial considerar os determinantes sociais que permeiam o tema, como acesso à educação, moradia, alimentação, trabalho, transporte e cultura. Nesse contexto, as desigualdades sociais se intensificaram, afetando de maneira desproporcional a saúde mental das mulheres.
Uma pesquisa conduzida entre maio e junho de 2020 pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP revela números preocupantes. Durante a pandemia, as mulheres foram as mais impactadas psicologicamente, apresentando taxas de 40,5% de sintomas de depressão, 34,9% de ansiedade e 37,3% de estresse.
Ir além da perspectiva biológica é essencial. As condições de gênero desempenham um papel crucial, sobrecarregando e impactando a saúde mental das mulheres. O padrão social e econômico de um país exerce um efeito significativo, colocando aquelas com baixos salários em condições de vida precárias. Isso cria um ambiente propício para o surgimento e agravamento de transtornos mentais.
Além das adversidades socioeconômicas, as mulheres enfrentam desafios no acesso aos serviços de saúde mental. Aquelas pertencentes às classes menos favorecidas têm maiores obstáculos para lidar com os transtornos mentais, aumentando a gravidade das questões enfrentadas.
O cuidado com a saúde mental torna-se crucial como uma linha de defesa contra a escalada dos sintomas. O apoio familiar e de amigos, aliado à assistência profissional, são estratégias essenciais na prevenção e promoção do bem-estar e da qualidade de vida.
A pandemia acentuou as desigualdades de gênero na saúde mental, destacando a necessidade urgente de abordagens mais abrangentes. Ações que considerem não apenas os aspectos biológicos, mas também as disparidades sociais, são fundamentais para mitigar os impactos desproporcionais sobre a saúde mental das mulheres.
A promoção de igualdade de acesso a serviços de saúde mental e a conscientização sobre as complexidades das experiências femininas são passos cruciais na construção de uma sociedade mais justa e saudável para todos e todas.
Fonte: Secretaria de Impressa e Divulgação - SID/SINTERO