Voltar 25 de Setembro de 2018

Desmonte da educação pública em debate na 7ª Conferência Estadual dos Trabalhadores


 

O desmonte da educação pública, embora seja um dos principais problemas da educação no Brasíl, não é uma constatação nova. A situação foi tema de debate durante a 7ª Conferência Estadual de Educação, realizada peli Sintero nos dias 20 e 21/09, em Cacoal.

Para debater o tema o Sintero convidou o professor e historiador Vandeburgo Correia de Oliveira, Diretor da Regional Café; o professor Eder Sacconi, do IFRO de Colorado do Oeste; e a Secretária de Estado da Educação,  Maria Angélica Silva Ayres Henrique; em mesa coordenada pela professora Ana Iris Arraes Rolim (Diretora da Regional Apidiá) e pelo professor Carlos Afonso Martins (Diretor da Regional Centro I).

O professor Vandeburgo Correia de Oliveira iniciou o debate com uma explanação acerca do modelo eurocentrista copiado no Brasil, que reflete a adoção do colonialismo, um modelo de dominação. Discorreu sobre os erros cometidos pelos gestores ao implantarem projetos que só buscam resultados fictícios em detrimento da qualidade do ensino.

 

 

 

O professor Eder discorreu sobre a teoria do “(em)canto da sereia”, para dizer que o modelo oferecido busca encantar com uma boa “maquiagem”, mas que no fundo o condeúdo não é o que se espera. Ele destacou a necessidade da união dos trabalhadores em educação em torno da luta por salário e por qualidade do ensino.

O professor Eder Sacconi criticou a reforma do ensino médio, disse que o piso salarial nacional é tido como os governos como um teto salarial quando deveria ser apenas uma referência mínima, disse que a mediação tecnológica é uma aberração e criticou a militarização das escolas. “Os profissionais da educação precisa se unir e apoiar o Sintero na luta contra tudo o que é ruim para a educação”, disse.

 

Em sua explanação a Secretária de Estado da Educação,  Maria Angélica Silva Ayres Henrique, destacou os índices positivos alcançados pelo Estado de Rondônia no IDEB e reconheceu que a educação sofre um desmonte histórico. Ela disse que o principal problema é a falta de mais recursos para investir no setor, e que só os 25% não são suficientes. Defendeu o cumprimento da Meta 20, do Plano Estadual de Educação, que prevê o aumento gradual dos recursos da educação em 1% ao ano até chegar a 30%.

A secretária apresentou os dados do orçamento da Seduc para 2019, que será de R$ 1 bilhão e 200 milhões. Segundo ela, só a folha de pagamento consumirá R$ 957 milhões e 317 mil. O transporte escolar está orçado em R$ 77 milhões e 713 mil. Os contratos deverão consumir R$ 40 milhões e outros R$ 23 milhões são do Proafi.

Segundo Maria Angélica o desmonte da educação decorre, principalmente da falta de recursos, por isso, neste momento eleitoral, em que o país vai escolher seus representantes, é preciso lembrar que existe a lei do Plano Nacional de Educação e a Lei do Plano Estadual de Educação, que precisam ser consideradas.

Ela concluiu sua apresentação fazendo um relato da gestão e informando que a militarização de escolas é um modelo de gestão compartilhada com a Secretaria de Segurança Pública como mais uma opção para a comunidade.

 

Após as explanações a presidente do Sintero, Lionilda Simão, fez questionamentos à secretária sobre temas de interesse dos trabalhadores em educação, como aposentadorias, demora na tramitação de processos, problemas com a implantação de projetos copiados de outros estados sem consultar os trabalhadores em educação e demora no reconhecimento de direitos dos trabalhadores em educação.

Em seguida foram abertas inscrições para intervenções pelos delegados das Regionais.

No final, os palestrantes responderam aos questionamentos e ainda tiveram um tempo para as considerações finais.

 


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