A direção do Sintero está mobilizando os trabalhadores em educação em todo o estado para dar mais densidade à luta da classe trabalhadora contra a proposta do governo de reforma da previdência.
Uma grande manifestação já está marcada para o dia 19 de fevereiro, quando os trabalhadores em educação se concentrarão na Sede do Sintero, em Porto Velho, de onde sairão em passeata para se juntarem aos trabalhadores das demais categorias.
A presidente do Sintero, Lionilda Simão, disse que os trabalhadores em educação, por serem os mais prejudicados pela reforma, precisam mostrar que são contra o projeto e cobrar dos deputados federais e dos senadores para que votem NÃO à reforma da previdência.
Nos últimos meses, o governo tem investido muito dinheiro e esforço em propagandas pela aprovação da reforma da Previdência, com o objetivo de convencer a sociedade brasileira de sua necessidade e supostos benefícios. Só neste mês já foram gastos mais de 103 milhões em campanhas publicitárias.
No entanto, o discurso do governo traz afirmações consideradas falsas por especialistas e militantes de movimentos populares que se opõem à reforma da Previdência.
Vejam 5 mentiras do discurso do governo:
1 - A Reforma da Previdência vai "igualar as pessoas"
Uma das principais linhas discursivas do governo é a de que a reforma da Previdência trará maior igualdade social, uma vez que supostamente combateria os privilégios previdenciários dos mais ricos.
As afirmações dizem respeito ao fim de especificidades na aposentadoria do funcionalismo público. Com a reforma, as categorias só poderiam receber a integralidade da aposentadoria alcançando a idade mínima de 62 anos para mulheres, e 65 anos para homens. No entanto, o tom dado pelo governo, de que a diferença entre o regime geral e o regime público de aposentadoria é causa importante da injustiça social no país, é amplamente criticado.
O projeto do governo, entretanto, não atinge uma minoria privilegiada e joga a conta nas costas da classe trabalhadora.
2 - Previdência "abocanha" orçamento e faz governo economizar em direitos
O governo diz que a Previdência é um dos maiores "gastos" do governo, e que para pagar os benefícios faltam recursos para áreas sociais. Na verdade o governo faz um terrorismo para justificar a reforma, que vem para reduzir direitos.
3 - Rombo na Previdência
A justificativa principal do governo para a reforma da Previdência é um suposto rombo que se aproximaria dos R$ 300 bilhões, ou 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
De acordo com a professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Esther Dweck, que escreveu um artigo ao Brasil de Fato sobre o tema, o discurso sobre o déficit é "falacioso". Segundo ela a Previdência se encontra relativamente equilibrada. Enquanto a economia cresce, as receitas da seguridade cresciam mais do que as despesas, principalmente entre 2006 e 2013.
De acordo com os dados da Anfip divulgados em 2015 sobre a Seguridade Social, somando-se às despesas de benefícios previdenciários as contribuições previdenciárias, que tem boa parte de suas receitas não contabilizadas nos dados divulgados pelo governo, temos um saldo superavitário de R$11 bilhões.
4 - Aposentadoria rural não será mais prejudicada
O governo diz que mudou o texto e que a aposentadoria rural não vai mais ser prejudicada. Outra mentira, pois, para o dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Gilmar Mauro, os direitos dos trabalhadores rurais continuam ameaçados, mesmo com a manutenção da aposentadoria rural na reforma, pois os camponeses são uma parte dessa classe trabalhadora, mas os filhos dos camponeses, a juventude que hoje estuda, vai para muitas outras categorias. Então a juventude das pessoas, seja do campo ou da cidade, estará completamente comprometido.
5 - "A população está sendo convencida da necessidade da reforma"
Houve diversas tentativas de votar a reforma da Previdência ao longo de 2017, que acabaram sendo adiadas pelo governo por conta da baixa popularidade do tema. Em maio de 2017, uma sondagem divulgada pelo Datafolha mostrou que 7 em cada 10 brasileiros se diziam contrários à reforma. Já em dezembro de 2017, um levantamento realizado pela empresa MindMiners mostrou que 68,7% das pessoas eram contrárias à versão atualizada da reforma, e 18,8% não souberam opinar.
Fonte: Assessoria