Voltar 08 de Março de 2019

II Plenária Estadual de Mulheres da Frente Brasil Popular


O movimento Frente Brasil Popular reuniu mulheres de todo o Estado de Rondônia, nesta quinta-feira (28/02), para a realização da II Plenária de Mulheres. O evento tratou sobre os principais desafios das mulheres na educação, a atual situação das mulheres na conjuntura brasileira e o dia Internacional da Mulher 8 de março.

A plenária contou com a participação da presidente do Sintero, Lionilda Simão, que destacou os desafios das mulheres na educação, desde o período colonial até os dias atuais.

Lionilda Simão relembrou a dificuldade das mulheres na conquista ao acesso a educação e destacou uma série de dados, divulgados atualmente, que apontam o número expressivo de mulheres na educação superior.

“De acordo com o Censo Escolar do Inep, as mulheres representam 60% do total de pessoas que concluíram cursos superiores no Brasil, porém a participação feminina ainda é tímida nas áreas de Engenharia, Medicina, Direito, Ciência da Computação, entre outros”. disse Lionilda Simão.

A presidente do Sintero atribui esse fenômeno devido às mulheres serem incentivadas, em sua maioria, a seguirem profissões ligadas a traços maternais, tais como: Pedagogia, Serviço Social, Enfermagem, Fisioterapia, Licenciatura, entre outras.

“Ainda precisamos quebrar muitas barreiras. As mulheres precisam ocupar lugares que ainda são, majoritariamente, ocupados por homens, mas isso não se deve ao fato de termos capacidade intelectual inferior, mas sim pelo simples fato de ainda ser um tabu em nossa sociedade”, concluiu a presidente do Sintero.

Seguindo a programação, a representante da Via Campesina Leila Meurer, realizou palestra sobre a cultura patriarcal no campo. "Apesar das mulheres assumirem um papel muito importante no campo, elas ainda sofrem com a desigualdade de gênero. O exemplo disso é a própria divisão de tarefas domésticas, onde em sua maioria o homem fica encarregado apenas do trabalho em âmbito profissional, enquanto que a mulher fica responsável pela casa e a educação dos filhos”.

Leila Meurer também relembrou o período de inquisição, época da perseguição à figura feminina devido aos conhecimentos que elas possuíam, referentes às práticas sexuais e reprodutivas, como o uso de plantas contraceptivas, para aliviar as dores do parto e como afrodisíacas.

Outro tema abordado na palestra foi sobre a situação das mulheres durante a Revolução Industrial. “Os movimentos das mulheres começaram a ganhar força neste período, pois elas eram consideradas mão-de-obra barata e eram obrigadas a cumprir a jornada de 17 horas de trabalho em condições insalubres, além de receberem salários até 60% inferiores aos dos homens. Então, a luta feminista por igualdade de direitos começou aqui", concluiu.

O evento também convidou a representante da Associação das Guerreiras Indígenas do Estado de Rondônia (Agir-RO), Shirlei Arara, para falar sobre o genocídio dos povos indígenas, prática que visa eliminar minorias étnicas em determinadas regiões.

Shirlei falou sobre o processo de exclusão dos indígenas, como a dificuldade ao acesso a educação e a saúde. Além disso, ela comentou sobre as constantes lutas em defesa dos direitos e das terras desse povo.

“No primeiro dia de governo do Bolsonaro já sofremos um ataque, devido à transferência ao Ministério da Agricultura à atribuição de delimitar e desmarcar nossas terras”, disse.

Shirlei terminou seu pronunciamento pedindo mais união dos movimentos das mulheres na luta em favor dos povos indígenas. 

A representante da Via Campesina Leila Meurer, falou sobre a atual situação das mulheres na conjuntura brasileira. De acordo com Leila Meurer o principal debate gira em torno da proposta de Reforma da Previdência. “As mulheres tiveram aumento na idade mínima e no tempo de contribuição, porém o Governo não levou em consideração a nossa tripla jornadas, pois desenvolvemos atividades no meio profissional, nas tarefas domésticas e na educação dos nossos filhos”.

 Leila Meurer também criticou a política neoliberalista do Presidente Jair Bolsonaro. “O modelo que ele defende determina a pouca intervenção do estado nos assuntos de economia, e isso coloca em uma bandeja nosso patrimônio e as nossas riquezas naturais na mão do capitalismo”.

Por fim, foi tratado sobre o 8 de março, dia Internacional das Mulher. A Frente Brasil Popular elencou uma série de assuntos que serão pautados durante as diversas mobilizações do Estado, que são eles: combate a violência contra a mulher, feminicídio, combate a Reforma da Previdência, legalização do aborto, direito da mulher trans, Marielle Franco vive e Lula livre!


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