A insatisfação e a revolta do funcionalismo público estadual contra o governo de Rondônia produziram nesta quinta-feira (23/05) uma das maiores manifestações públicas já realizadas no Estado.

Mais de cinco mil servidores pertencentes às categorias que estão em greve (Trabalhadores em Educação, Polícia Civil, Agentes Penitenciários e servidores do Poder Judiciário) participaram de um ato público em frente ao Palácio do Governo, e de uma gigantesca passeata pelas ruas do centro comercial de Porto Velho.

Liderados pelo Sintero, Sinsepol, Singeperon e Sinjur, os servidores saíram da Praça do Palácio pela Avenida Presidente Dutra, seguiram pela Avenida 7 de Setembro, Rua Marechal Deodoro, Avenida Carlos Gomes, Rua Gonçalves Dias, passaram pela sede da Prefeitura, e retornaram à Praça do Palácio.

A maioria das categorias tem como principal reivindicação o cumprimento de acordos administrativos ou judiciais feitos pelo governo do Estado.

No caso dos trabalhadores em educação, além da reposição salarial, o Sintero cobra a implantação do Plano de Carreira, previsto na Lei Complementar nº 680/2012.

“O governo diz que não tem condições de dar reposição salarial e alega que os trabalhadores foram beneficiados pelo Plano de Carreira, o que não é verdade. Seria um benefício se o Plano fosse implantado corretamente, o que não aconteceu”, disse o presidente do Sintero, Manoel Rodrigues.

Durante a passeata ele destacou que a alegação do governo de que não tem recursos também não convence. O que falta, segundo ele, é gestão, pois o próprio governo anunciou um pacote de obras bilionário, fez remanejamentos nos cargos comissionados, os chamados CDS, beneficiando alguns deles com aumento de até 300%, conforme noticiou a imprensa.

Além disso, segundo o presidente do Sintero, o governo pode atender às reivindicações dos trabalhadores em educação com recursos próprios da educação, reduzindo cargos comissionados, reduzindo os contratos de serviços terceirizados como o da vigilância, e elegendo como prioridade a valorização dos profissionais da educação e a melhoria da qualidade do ensino.

Na segunda-feira, dia 27/05 os trabalhadores em educação voltam a se concentrar na Praça das Três Caixas D’Água, onde farão assembleias e poderão decidir por novas manifestações.

Também estão sendo discutidas no âmbito do comando de greve outras formas de protestos para a próxima semana, como a possibilidade de se trazer caravanas do interior.