O governo de Rondônia vem tentando copiar um modelo que está sendo usado em outros estados para maquiar os problemas do ensino público, as falhas em programas sociais e a crise na segurança pública. De repente a militarização das escolas virou “solução” para a indisciplina de alunos, os baixos índices no IDEB e para a explosão da violência nas periferias. Achando que todos esses problemas serão resolvidos, a Seduc tenta implantar um “regime militar” em algumas escolas, impondo regras militares aos trabalhadores em educação, aos alunos e à comunidade escolar. Tudo isso não passa de mais uma proposta para tratar superficialmente problemas estruturais.
O QUE É A MILITARIZAÇÃO IMPOSTA PELO GOVERNO?
A militarização das escolas estaduais imposta pela Seduc em vários municípios nada mais é do que a entrega da administração das escolas à Polícia Militar, para que imponha nas unidades escolares uma série de normas a serem seguidas por alunos, como, por exemplo:
• O corte de cabelo masculino será feito com máquina 2, e refeito de 15 em 15 dias.
• Ao cruzarem com um professor, diretor ou monitor, os alunos devem prestar continência.
• Não serão permitidos barba, bigode ou cavanhaque, brinco, piercing nem óculos escuros.
• Guarda-chuva, somente na cor preta.
• Os cabelos femininos podem ficar soltos, contanto que não ultrapassem a altura da gola do uniforme. Se médio ou longo, deve ser preso. Mechas coloridas são proibidas.
• As unhas devem ser incolores ou pintadas apenas nas cores branca ou rosa-clara.
• Namorar, beijar, andar abraçado ou de mãos dadas são considerados atos de transgressão disciplinar e os pais são chamados.
• Uniforme militar.
NÃO SOMOS CONTRA A PM NEM OS COLÉGIOS MILITARES
Ao se contrapor à militarização das escolas, a Direção do Sintero esclarece que não é contra a Polícia Militar nem contra os colégios militares.
A Polícia Militar é uma instituição que tem a sua função bem definida na Constituição e deve ser respeitada, sendo uma de suas principais atribuições o combate ao crime e a atuação como força auxiliar aos demais órgãos de segurança.
Os colégios militares têm sua importância porque foram planejados e instituídos para funcionar de uma forma diferente das demais unidades escolares.
NÃO SOMOS A FAVOR DA BADERNA E DA DESORDEM
Da mesma forma, não defendemos a baderna, a desordem, a indisciplina e o fraco desempenho de algumas escolas.
Esses são problemas que devem ser combatidos desde a sua origem, seja com organização, reestruturação, valorização profissional, gestão e mais investimento em educação.
Com investimento e estrutura, qualquer escola pode funcionar melhor e aumentar o IDEB
Com investimentos e atenção semelhantes aos recebidos pelas escolas militares, qualquer escola pode combater os problemas que hoje atingem a educação. Basta ter estrutura, recursos, profissionais valorizados e condições de trabalho, o que não falta às escolas militares.
É injusto atribuir os problemas das escolas aos profissionais da educação sem observar os baixos salários, a desvalorização e a falta de condições de trabalho.
Fonte: Assessoria