Em um marco histórico que ecoa o espÃrito de mudança da década de 1930, as mulheres brasileiras alcançaram uma vitória significativa em sua busca pela igualdade polÃtica. Em 24 de fevereiro de 1932, através do Decreto 21.076, sob a liderança do então presidente Getúlio Vargas, o Brasil testemunhou a instituição do direito ao voto feminino. Esta conquista, consagrada no Código Eleitoral, marcou não apenas o reconhecimento da voz das mulheres na esfera pública, mas também o estabelecimento da Justiça Eleitoral e a adoção do voto secreto.
Este marco foi precedido por uma década de intensa atividade polÃtica e social, onde várias vozes contestaram a ordem estabelecida da República Velha. No fervor desse perÃodo, o movimento feminista emergiu como uma força poderosa, liderado por figuras proeminentes como a professora Maria Lacerda de Moura e a bióloga Bertha Lutz. Juntas, elas fundaram a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher, um grupo dedicado à luta pela igualdade polÃtica das mulheres.
A influência desse movimento não pode ser subestimada. Bertha Lutz, em particular, desempenhou um papel fundamental ao estabelecer a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, a primeira sociedade feminista no Brasil. Esta organização tinha uma visão ampla e ambiciosa, buscando promover a educação das mulheres, proteger os direitos das mães e da infância, e garantir legislação e práticas que apoiassem o trabalho feminino.
O ano de 1933 marcou um ponto de virada crucial, quando as mulheres participaram pela primeira vez de uma eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, exercendo seu direito recém-conquistado ao voto. Este evento histórico culminou na elaboração de uma nova Constituição em 1934, que oficializou o direito ao voto feminino, solidificando assim uma vitória há muito esperada pelo movimento feminista brasileiro.
A luta pela igualdade polÃtica das mulheres continua a ecoar através das décadas, impulsionada pelo espÃrito pioneiro e pela dedicação incansável daqueles que, como Maria Lacerda de Moura, Bertha Lutz e tantas outras, ousaram desafiar as normas estabelecidas em busca de um futuro mais justo e igualitário para todas as brasileiras e os brasileiros.