Presidentes e diretores de quase 10 sindicatos de servidores estaduais deixaram o prédio da Assembleia Legislativa revoltados por volta de meio dia desta terça-feira (09/12), depois de aguardarem mais de duas horas por uma reunião que estava agendada para as 10 horas da manhã com o presidente da Casa, deputado estadual Hermínio Coelho.
Os sindicalistas, entre eles os presidentes e diretores do Sindsaúde (servidores da saúde), Sinsepol (polícia civil), Sintero (educação), Sintec (técnicos tributários), Sinderon (enfermeiros), Sintraer (servidores do executivo), Singeperon (agentes penitenciários) e Sinpec (peritos), simplesmente foram ignorados pelo presidente da ALE, e acreditam que o motivo do descaso tenha sido o posicionamento contrário ao reajuste dos subsídios dos deputados estaduais.
Embora estivesse na Casa de Leis, e provavelmente tratando do mesmo assunto, o deputado Hermínio Coelho sequer comunicou aos sindicalistas que não se reuniria mais com os representantes dos servidores.
Para os sindicalistas, o fato foi uma demonstração de descaso, já que estaria em discussão assunto de interesse de praticamente todo o funcionalismo estadual. Existe a suspeita de que a Assembleia Legislativa esteja preparando alterações na Constituição Estadual para permitir o aumento aos deputados estaduais sem precisar de mensagem do Poder Executivo propondo a alteração do teto salarial através de aumento do subsídio do governador.
Os sindicatos defendem que antes de discutir o aumento do subsídio dos deputados, a Assembleia Legislativa deveria discutir o aumento salarial dos servidores, que estão com seus salários defasados sob o eterno argumento do governo de que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite o aumento da folha de pagamento.
A mobilização dos servidores para uma luta contra qualquer aumento dos subsídios do governador e dos deputados antes que seja discutido um reajuste salarial para o funcionalismo público foi pauta de uma reunião no dia anterior entre os presidentes dos sindicatos.
Durante a reunião os sindicalistas fizeram um breve levantamento e concluíram que nos últimos 5 anos os servidores públicos tiveram reajuste de 20,37%, enquanto o teto salarial, estabelecido pelos subsídios do governador e dos deputados estaduais, teve reajuste de 53,68%.
Para os líderes sindicais, é inadmissível que faltem recursos para reajustar os vencimentos daqueles que ganham os menores salários do Estado, e sobrem recursos para aumentar os salários daqueles que ganham o teto, o máximo permitido por lei.
Diante do descaso da manhã desta terça-feira, os sindicatos decidiram convocar todas as categorias de servidores para grandes mobilizações durante as sessões da Assembleia Legislativa que ocorrerem neste mês de dezembro.
Fonte: Assessoria