A expectativa dos trabalhadores em educação estaduais de Rondônia de um avanço nas negociações com o governo do Estado visando ao atendimento das reivindicações foi frustrada durante reunião na tarde desta segunda-feira (10/06) entre representantes do governo e o comando de greve. Os trabalhadores em educação da rede estadual de Rondônia estão em greve desde o dia 21 de maio.
Representaram o governo na reunião os secretários de Estado Rui Vieira (Administração), George Braga (Planejamento) e Izabel Luz (Educação). Representando os trabalhadores em educação participaram da reunião Manoel Rodrigues (presidente do Sintero), Nereu Klosinski (Secretário de Assuntos Jurídicos), um representante de cada Regional, o advogado Hélio Vieira e o presidente da CUT/Rondônia, Itamar Ferreira. A Assembleia Legislativa, que se propôs a intermediar a negociação, foi representada pela deputada estadual Epifânia Barbosa.
A reunião havia sido marcada pela própria secretária Izabel Luz para detalhar uma contraproposta do governo às reivindicações. Na reunião anterior a secretária havia informado a disposição de conceder pelo menos o índice de reposição do Piso Salarial Nacional, que foi de mais de 7%, mas precisava definir o prazo para essa concessão. Izabel Luz havia demonstrado a intenção de conceder essa reposição a partir de janeiro de 2014, e também aumentar o valor disponível para pagamento da Licença Prêmio em Pecúnia para R$ 500 mil ao mês.
Ainda na reunião anterior a direção do Sintero solicitou à secretária para que verificasse a possibilidade de conceder esse mesmo percentual ainda neste ano, mesmo que fosse em forma de auxílio, utilizando, para isso, recursos de custeio da educação, sem alterar a folha de pagamento. Izabel Luz ficou de verificar essa possibilidade e retornar com uma proposta.
Para surpresa e decepção dos representantes dos trabalhadores em educação, a secretária Izabel Luz informou que não foi autorizada pelo governador Confúcio Moura e pelos secretários que compõem a MENP – Mesa de Negociação Permanente, a manter nem a melhorar tal proposta.
Segundo a secretária, o governador só autorizou a apresentação da mesma proposta que será apresentada às demais categoria, que é a reposição das perdas inflacionárias de 2012 e de 2013, porém em parcelas a partir de junho de 2014, concluindo a reposição com a última parcela em janeiro de 2015.
Além de retroceder na contraproposta de reposição salarial, a secretária afirmou que não há previsão de implantação efetiva do Plano de Carreira quanto às promoções dos professores e às progressões dos servidores reintegrados.
A direção do Sintero argumentou que essa contraproposta não atende às necessidades e carências dos trabalhadores em educação. “O governo não está demonstrando boa vontade em resolver o impasse. Hoje esperávamos uma proposta no mínimo superior àquela ventilada pela secretária na semana passada. O que vimos aqui é um retrocesso nas negociações”, disse Manoel Rodrigues, presidente do Sintero.
Ele adiantou que pela comissão de negociação a contraproposta está rejeitada, mas para cumprir todos os protocolos, será submetida à apreciação e votação dos trabalhadores em educação nas assembleias que acontecerão nesta terça-feira (11/06) em todas as Regionais.
Manoel Rodrigues mostrou, durante a reunião, um panfleto distribuído pelo governo, comprovando que os trabalhadores em educação foram discriminados nas concessões de auxílios e gratificações aos servidores públicos estaduais. “O governo quis mostrar que deu reajuste, mas acabou confessando, com números, que a categoria menos valorizada foi a dos trabalhadores em educação”, disse.
Antes do encerramento da reunião a direção do Sintero ainda solicitou aos representantes do governo para que revejam esse posicionamento e essa contraproposta, pois já ficou demonstrado que a educação possui recursos e que é possível atender às reivindicações. A secretária Izabel Luz ficou de fazer uma nova tentativa junto ao governador e à MENP.
Fonte: Assessoria