Com os salários defasados sob o eterno argumento do governo de que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite o aumento da folha de pagamento, os servidores estaduais de várias categorias serão mobilizados para a luta contra qualquer aumento dos subsídios do governador e dos deputados antes que seja discutido um reajuste salarial para o funcionalismo público.
O assunto foi pauta de uma reunião nesta segunda-feira (08/12) entre os presidentes Sintero, Sinsepol, Sindsaúde, Singeperon, Sintec e Sinderon, e deverá reunir mais sindicatos a partir desta terça-feira, quando está marcada uma audiência com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Hermínio Coelho.
Durante a reunião os sindicalistas fizeram um breve levantamento e concluíram que nos últimos 5 anos os servidores públicos tiveram reajuste de 20,37%, enquanto o teto salarial, estabelecido pelos subsídios do governador e dos deputados estaduais, teve reajuste de 53,68%.
Para os líderes sindicais, é inadmissível que faltem recursos para reajustar os vencimentos daqueles que ganham os menores salários do Estado, e sobrem recursos para aumentar os salários daqueles que ganham o teto, o máximo permitido por lei.
“Não somos contra os que ganham bons salários. Somos contra as injustiças praticadas quando se aumenta o teto dos que ganham mais e se nega reajuste às categorias que ganham menos”, disse Manoel Rodrigues da Silva, presidente do Sintero.
O presidente do Sindsaúde, Caio Marin, destacou que as negociações com o governo visando reajustar os salários do funcionalismo são sempre difíceis, amarradas, passam por vários escalões, para serem barradas no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Já o presidente do Sinsepol, Jales Moreira, lembrou que ao reajustar o teto salarial, o governo estaria beneficiando apenas uns poucos privilegiados que já ganham o máximo permitido por lei, enquanto a maioria dos servidores continua com salários defasados.
Joy Monteiro, presidente do Sintec, disse que nos últimos anos o funcionalismo vem amargando perdas salariais por conta das alegadas dificuldades do governo para aumentar a folha. Portanto, segundo ele, não faz sentido aumentar apenas para uns poucos privilegiados que já ganham o máximo que a lei permite.
Anderson Pereira, presidente do Singeperon e primeiro suplente de deputado estadual, disse que centenas de agentes penitenciários aprovados em concurso aguardam ser chamados, o que não aconteceu até agora porque o governo alega dificuldades financeiras. “Se não tem recursos para atender às necessidadesa da máquina pública, não faz sentido aumentar o teto”, disse.
Os sindicatos estão convocando os servidores públicos de suas categorias para acompanharem as sessões da Assembleia Legislativa a partir desta terça-feira, visando criar um movimento estadual contra o aumento do teto salarial do governador e dos deputados estaduais, sem que antes seja discutido um reajuste salarial para todas as categorias, bem como sejam discutidas as pautas de reivindicações específicas de cada categoria.
Fonte: Assessoria