O Sintero, através da Diretoria Executiva e da Regional Norte, organizou atividades nesta terça-feira (10/05), reivindicando a efetivação de políticas públicas de conscientização e de combate à violência de gênero e ao feminicídio. As ações foram motivadas após o assassinato da professora Fernanda Herlana Tenório de Lima, encontrada estrangulada pelo namorado, no dia 06/05.
Destaca-se que Rondônia figura entre um dos Estados perigosos para as mulheres, apresentando índices alarmantes da desigualdade de gênero e fingurando em quarto lugar no ranking dos Estados com maior índice de violência contra as mulheres. De acordo com o Atlas da Violência de 2021, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a taxa de homicídio a cada 100 mil mulheres é de 4,8. Já os dados da Revista Cenarium, que recolheu informações da Sesdec, apontam que os casos de feminicídio cresceram 250% em Rondônia, apenas no primeiro trimestre de 2022.
Pela manhã, a direção do Sintero acompanhada da presidenta da CUT/RO, Elzilene Nascimento, estiveram na Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) dialogando com o secretário-adjunto, delegado Hélio Gomes Ferreira e também no gabinete do presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE/RO), onde eles foram atendidos pelos assessores do deputado Alex Redano.
Na oportunidade, foi protocolado documento assinado por diversas instituições sindicais e sociais de Rondônia, solicitando que haja debate sobre inclusão de gênero nas escolas rondonienses, inclusive com adição do tema no currículo escolar. A ação justifica-se pelo fato da escola pública ser responsável pela formação dos cidadãos e um espaço de conscientização e de desconstrução da sociedade machista.
Pelo período da tarde, a direção do Sintero com apoio da Regional Norte, de outras entidades e da E.M.T.I Brasília, instituição em que a professora estava lotada, realizaram uma passeata que finalizou em frente ao Comando Geral da Polícia Militar de Rondônia. Durante o movimento, foram denunciados os crescentes números de feminicídio no Estado e destacado a necessidade da criação de políticas públicas que garantam o direito à vida, com respeito e dignidade para todas as mulheres.
“Todos os anos Rondônia fica em destaque no ranking dos Estados com pior qualidade de vida para as mulheres. Estamos cansados de falar das pesquisas e dos dados, exigimos ações concretas e eficazes, que sejam capazes de frear esses índices, pois não se tratam de números e, sim, das vidas das mulheres”, disse Rosa Negra, secretária de Gênero e Etnia.