A direção do Sintero está mobilizando trabalhadores em educação, gestores e autoridades para uma luta contra a militarização das escolas em Rondônia.
Nesta semana a direção do Sintero realizou várias reuniões e já conta com o apoio, entre outras autoridades, do deputado estadual Luizinho Goebel, para barrar na Assembleia Legislativa qualquer projeto de lei nesse sentido.
Os diretores do Sintero e os trabalhadores em educação deixam claro que não há nada contra a Polícia Militar. Porém, defende que cada categoria atue dentro da sua área.
Na sexta-feira, dia 09/12, a iniciativa foi discutida em uma reunião na Escola Estadual Zilda da Frota Uchoa, em Vilhena, com a presença do Coronel Bonfim, alguns vereadores eleitos, representantes da secretaria executiva e o diretor Regional do Sintero, João Assis. Na reunião os trabalhadores em educação se manifestaram contra a militarização da escola.
Todos critivaram fortemente a iniciativa do deputado estadual e ex-policial militar Jesuíno Boabaldi que vem tentando convencer a Seduc a adotar a militarização.
O deputado Jesuíno em seu projeto citou as escolas estaduais Dr. Oswaldo Piana, Capitão Cláudio Manoel da Costa e Flora Calheiros, em Porto Velho, onde pretende implantar a militarização.
O parlamentar disse que, além de questões que envolvem a violência entre alunos, a militarização abrange valores de hierarquia, disciplina, baixo desempenho nos estudos e frequência.
Por causa disso o deputado já vem sendo bastante criticado pelos trabalhadores em educação.
Para se contrapor a essa situação, o Sintero buscou o apoio dos demais deputados estaduais. O deputado Luizinho Goebel apoia o combate à militarização e em reunião com a direção do Sintero, se comprometeu a conversar com outros parlamentares para sepultar a ideia de militarização.
O presidente do Sintero, Manoel Rodrigues da Silva, disse que a Polícia Militar tem a sua função e já tem bastante trabalho, no combate à criminalidade.
“Temos imenso respeito e admiração pela Polícia Militar, mas entendemos que a corporação foi criada com a finalidade de atuar na segurança pública, e não na gestão das escolas”, disse o presidente do Sintero, Manoel Rodrigues da Silva.
A mobilização do Sintero é para que seja restabelecida a gestão democrática, com a aprovação do projeto de lei cuja redação foi discutida com os representantes da categoria.
Para a direção do sindicato, não faz sentido um modismo que vem sendo ventilado no Estado, de que a gestão das escolas, para ser eficiente, precisa ter à frente um militar.
Os trabalhadores em educação também não concordam que sejam implantadas nas escolas as regras estabelecidas nos quartéis, como um padrão de corte de cabelo feito à máquina 2, padrão de cor de guarda-chuva, proibição de corte de cabelo para as alunas, a obrigatoriedade de que os estudantes façam continência, entre outras.
Para a direção do Sintero, tratar os alunos como soldados e determinar a cor do esmalte na unha das alunas não vai reduzir a violência nem melhorar os índices escolares.
Ao tratar do assunto nesta semana, os trabalhadores em educação criticaram severamente as iniciativas que visam à militarização das escolas "transformando estudantes em meros tijolos de parede”.
Para a direção do Sintero, a escola é espaço de aprendizagem, de formação de cidadania, de construção de valores e atitudes. Para que cumpra essa função a escola não precisa ser militarizada. Basta que recebam os mesmos recursos destinados às escolas militares. Tanto recursos financeiros quanto de pessoal.
O combate à militarização das escolas será inserido em todas as lutas do Sintero, que envolverá os trabalhadores em educação de todo o Estado e a comunidade.
A começar pela aprovação da nova lei da gestão democrática, que prevê a escolha dos gestores entre os servidores de carreira através de consulta à comunidade escolar. A direção do Sintero alerta e orienta aos trabalhadores em educação de todo o estado para que não aceitem e denunciem qualquer tentativa de militarização das escolas.
Fonte: Assessoria