Voltar 11 de Junho de 2013

Trabalhadores em educação de Porto Velho acampam em frente à prefeitura


Os trabalhadores em educação da rede municipal de Porto Velho, em greve há 35 dias, decidiram montar acampamento em frente à prefeitura da capital rondoniense, em protesto contra a intransigência da administração municipal que se recusa a negociar o atendimento da pauta de reivindicações.

Além de reposição de perdas salariais, os trabalhadores em educação municipais reivindicam o fim do desconto da contrapartida no pagamento do auxílio transporte, melhores condições de trabalho e outros itens que visam à melhoria da qualidade do ensino.

Já os trabalhadores em educação estaduais rejeitaram a contraproposta apresentada pela Seduc, de repor as perdas inflacionárias somente a partir do segundo semestre de 2014. O Sintero demonstrou que o governo tem condições de fazer uma contraproposta para ser implantada ainda neste ano, utilizando recursos de custeio da educação.

Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, a categoria decidiu manter a greve que teve início no dia 21 de maio.

Municipais

Depois de várias tentativas de negociação, e de várias respostas negativas por parte do prefeito Mauro Nazif, a categoria concluiu que falta vontade política para cumprir os compromissos firmados com a educação, quando ainda era candidato.

O argumento do prefeito e dos secretários de que a prefeitura não tem recursos para atender às reivindicações caiu por terra quando se verificou que o dinheiro público jorra em outros setores e escoa por ralos históricos.

Um dos fatos que desmentem os argumentos da prefeitura é o aumento de 27,02% concedido ao subsídio do prefeito, passando de R$ 15 mil para R$ 21 mil, o aumento de 28,2% aplicado ao subsídio do vice-prefeito, subindo de R$ 12 mil para R$ 17 mil, e o aumento de 101,8% concedido aos secretários municipais, cujos vencimentos passaram de R$ 7 mil para R$ 15 mil.

De acordo com informações do Portal Transparência, o secretário municipal de Obras, Gilson Nazif, irmão do prefeito Mauro Nazif, recebe, além do vencimento de R$ 15 mil, a quantia de R$ 10 mil em diárias (Portal Transparência 27/02/2013).

Além disso, segundo a direção do Sintero, existe o fato de que a educação possui recursos próprios no orçamento, destinados por lei, que só podem ser aplicados na educação. “A prefeitura poderia atender as reivindicações dos trabalhadores em educação usando recursos próprios da educação. Ou, se não puder atender a todas as reivindicações, a prefeitura poderia fazer uma contraproposta utilizando esses recursos, mas não faz”, disse o presidente do Sintero, Manoel Rodrigues.

A direção do Sintero observou, ainda, que, na tentativa de confundir a sociedade e jogar os trabalhadores contra o sindicato, a prefeitura fez veicular em alguns sites de notícias uma “nota oficial” totalmente descabida, que não retrada a verdade. Diz a nota que o prefeito nunca se recusou a receber o sindicato, quando na verdade, todas as vezes que recebeu foi para negar o atendimento das reivindicações. Entre outras inverdades, a nota diz que a prefeitura vai repassar dinheiro ao Sintero para pagar quinquênios, mecanismo que não existe na administração pública. A prefeitura não repassa dinheiro dos servidores para o sindicato. Quando tem que pagar, o repasse é feito diretamente para a conta bancária do servidor.

Com essa manobra ficou claro que a prefeitura, além de não valorizar a educação, busca confundir a sociedade, que é a parte mais prejudicada pela intransigência dos administradores municipais.

Diante da radicalização da administração municipal, os trabalhadores em educação, em assembleia, decidiram montar o acampamento em frente à prefeitura, de onde só pretendem sair quando forem ouvidos pelo prefeito.

Fonte: Assessoria


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