Voltar 29 de Julho de 2024

Evento em Porto Velho destaca liderança e resiliência das mulheres negras


Porto Velho recebeu nos dias 25 e 26 de julho o evento "Circuito Mulheres Negras em Espaço de Poder: Transformações no Mundo do Trabalho", promovido pela Secretaria de Assistência Social e Família (Semasf), pelo Ministério Público do Trabalho em Rondônia e Acre (MPT-RO/AC) e outras instituições parceiras, em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. O SINTERO, sempre alinhado com os princípios de igualdade e justiça social, marcou presença no evento, reforçando seu compromisso com a luta das mulheres negras por equidade e representatividade.

Rosa Negra, membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e diretora da Secretaria de Gênero e Etnia do SINTERO, destacou a importância do evento para a visibilidade e a luta das mulheres negras. “Temos muitas pesquisas, muitos dados, um diagnóstico completo sobre nossa luta, agora eu lanço a pergunta: O que faremos com todas essas informações? Hoje, dia de Tereza Benguela, não é um dia de comemorar, mas sim reafirmar o nosso compromisso”, destaca.

Para Dioneida Castoldi, presidenta do SINTERO, o sindicato compartilha dos mesmos pensamentos de luta e resistência que este evento representa. “Tereza de Benguela nos inspira a apoiar essa luta, mostrando que a resistência e a liderança das mulheres negras são fundamentais para a construção de um futuro mais justo", afirma.

Durante o evento, várias palestrantes compartilharam suas experiências e visões. Raíza Feitosa Gomes, autora do livro "Cadê a Juíza - Travessia de Magistradas Negras no Judiciário Brasileiro", falou sobre a importância de negras ocuparem posições de poder e como isso provoca mudanças significativas na sociedade. "Nós mulheres negras não queremos somente sobreviver. Queremos o bem viver. Nós queremos viver de forma plena," disse Raíza.

Cecília Amália Cunha Santos, procuradora do Ministério Público do Trabalho no Dsitrito Federal e em Tocantins, ressaltou o impacto que mulheres negras têm ao ocupar esses espaços. "Quando uma mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela. Quando uma mulher periférica, como eu, entra nesse espaço, criam-se atuações. Ela muda a forma do sistema atuar, são perspectivas diferentes," afirmou Cecília.

Adriana Cruz, juíza titular da 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e secretária-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), compartilhou suas reflexões sobre os desafios enfrentados pelas mulheres negras nesses espaços. Ela destacou a violência e as dificuldades enfrentadas, mas também a determinação e a resiliência das mulheres negras. "Nós não vamos abaixar a cabeça, nós não vamos desaparecer. Nós chegamos e foi para ficar e para receber de braços abertos todos que chegarem aqui. Entendam que isso é uma construção coletiva," salientou a magistrada. 

Tonika Sealy Thompson, embaixadora de Barbados no Brasil, falou sobre sua experiência ao sair de seu país, onde não via as diferenças que os negros enfrentam fora dele. Ela relatou o choque ao deparar-se com a realidade fora de Barbados e como isso a motivou a enfrentar os desafios com orgulho de suas raízes, encorajando outras mulheres negras a conquistar seu espaço.

Na sexta-feira, a Escola da Magistratura de Rondônia – EMERON, lançou a Exposição da 1ª Edição do Prêmio “Mulheres Negras que Escreveram História em Porto Velho”. O encontro encerrou com uma noite de autógrafos da autora Raíza Feitosa Gomes, na livraria Leitura. O evento foi um marco na luta pela igualdade racial e de gênero, destacando a importância da presença e da voz das mulheres negras em espaços de poder.

Fonte: Secretaria de Imprensa e Divulgação - SID/SINTERO


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